01 outubro, 2015

Postcards

Os Postcards conheceram-se à três anos, quando tentavam escapar de uma guerra civil e se cruzaram numa praia. Do momento atribulado, as músicas que deles surgiriam pouco tiveram a ver com aquele momento ou com as suas raízes. Viverem no Líbano foi apenas uma razão para sonhar com outros locais, a começar com uma casa no lago, que deu nome ao primeiro EP: Lakehouse.
A música declaradamente folk tem sido muito bem acolhida pela Europa fora e o quarteto já teve alguns momentos muito felizes, como abrir para a banda Beirut e subir por eles mesmo a palcos importantes. Quando surgiu a oportunidade de virem até Viseu, o Musiquim não pode desperdiçar.

Com uma enorme vontade, associámo-nos ao Museu Nacional Grão Vasco na organização do concerto. Lá teríamos o sítio ideal para a banda tocar e a parceria com a Visabeira garantia um tecto ao músicos para aquela noite. O resto seria suor nosso e de quem se dispusesse a ajudar. Um agradecimento especial à ACERT e ao Carlos Fernandes por disponibilizarem o material que nos faltava, à Ana Seia de Matos no apoio à organização, ao João Vaz Silva por ser louco, ou só boa pessoa, e permitir isto tudo.

A chegada da banda a Viseu fez-se com menos um elemento. Rany Bechara não conseguiu o seu visto a tempo de sair do país. No lugar dele veio o português André Galvão que acabou por fazer um excelente trabalho.

Já nos claustros do Museu a ameaça de chuva atrasou a intenções de fazer o som. Depois com a ameaça a efectivar-se em chuviscos tememos os pior. Correu-se à procura de plásticos. Aguardámos. Discutimos. Já não haveria tempo para jantar antes do concerto. Arriscámos continuar pelo exterior. Foi uma boa aposta.

A noite esteve agradável e todas as cadeiras ficaram ocupadas. O concerto ecoou durante uma hora naquele claustro e arrancou aplausos e ovações para Julia, Marwan e Pascal que ainda voltaram para uma última canção antes de esgotarem o repertório.

No final, o balanço não dia ter sido mais positivo. Marwan caminhava entusiasmado de um lado para o outro a arrumar parte do material até que me disse "Luís, this was the best concert we ever gave. Really. And he have played in amazing places, but this... this one was the best so far. Thank you". Julia, atrás dele, acenava em concordância. E nós cheios de orgulho.

No dia seguinte regressámos ao museu, já recuperados de uma noite longa. Era hora de regressar ao formato habitual do Musiquim e filmar algumas canções em acústico. Para isso, nenhum espaço era melhor do que aquele que já nos enchera de boas memórias: os claustros. Assim fizemos, primeiro com Where The Wild Ones, e depois com Walls.

Acompanhem o percurso dos Postcards na sua página oficial. Tenho a impressão que ainda ouviremos falar muito deles.

ou no Vimeo: Walls | Where The Wild Ones